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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Entenda a Crise no Egito

O Egito enfrenta uma onda de protestos sem precedentes, que pedem reformas urgentes e o fim do governo de Hosni Mubarak, há 30 anos no poder. Ela tem inspiração no levante que derrubou o presidente da vizinha Tunísia, Zine El Abidine Ben Ali, cujo governo se prolongava havia 23 anos.


Além do Egito, os levantes no mundo árabe inspirados no exemplo da Tunísia já se espalharam por Jordânia, Iêmen, Argélia, Mauritânia, Sudão e Omã.

Aos 82 anos, Mubarak já apresentou alguns problemas de saúde e não confirmava se seria candidato a um sexto mandato na eleição presidencial prevista para setembro deste ano. Analistas acreditavam que ele iria tentar emplacare seu filho, Gamal Mubarak, como sucessor no comando do Partido Nacional Democrático (PND), o maior partido do país.

O partido domina o Parlamento e esteve todos estes anos a serviço do presidente, que também comanda as Forças Armadas. Mas a estabilidade deste ex-militar da Aeronáutica, principal aliado do Ocidente entre os países árabes, está ameaçada.


Mas, pressionado, Mubarak anunciou que não iria disputar a reeleição, nem mesmo tentar emplacar seu filho.

No final de janeiro, a oposição no Egito se uniu pela primeira vez para integrar os protestos iniciados na terça. Principal força oposicionista, a Irmandade Muçulmana, que tinha deixado aos seus membros a possibilidade de participar dos protestos, anunciou seu apoio oficial.

O posicionamento da Irmandade Muçulmana, organização da qual se originou a facção palestina Hamas, representa um novo desafio ao governo de Mubarak.

Soma-se a isto o retorno ao país do Nobel da Paz e ex-presidente da Agência Internacional de Energia Atômica, ligada à ONU, Mohamed ElBaradei. Ele, que conta com a simpatia do Ocidente, já expressou sua disposição de assumir um eventual governo de transição caso Mubarak seja deposto e não descartou concorrer nas eleições de setembro.

O presidente dos EUA, Barack Obama, que tem no Egito o principal aliado no mundo árabe, pressiona pela saída imediata de Mubarak. Líderes da União Europeia batem na mesma tecla.

Até mesmo aliados de Mubarak, como o presidente da Comissão de Relações Exteriores da Assembleia, Mostapha al Fekki, também membro do Partido Nacional Democrata, pediu ao presidente egípcio "reformas sem precedentes" para evitar uma revolução no Egito.

Pela internet

A dura repressão aos protestos no Egito provocou reações de diversos países.


A ONU estima que mais de 300 pessoas tenham morrido e que 4.000 ficaram feridos. Houve intimidação e violência contra jornalistas.

O uso de redes sociais para convocar as manifestações fez com que a internet fosse interrompida –o governo nega intervenção.

A proliferação de revoltas para países menores preocupa autoridades ocidentais pela fragilidade destes regimes. Nesses casos, a tomada do poder por grupos extremistas seria uma possibilidade real.




[O presidente egípcio Hosni Mubarak durante encontro com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, nesta segunda (24) (Foto: Amr Nabil / AP)]





 
 
 
 
Fonte: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/01/saiba-o-que-esta-em-jogo-no-egito.html

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